Apesar dos clássicos
rituais S/M, na tradição sádica, às vezes envolverem doação
de sangue, a AIDS levou a maior parte dos trabalhadores da
indústria do sexo a preocuparem-se com toda espécie de troca
de sangue. Contudo, trocar sangue é o evento central para
um reduzido grupo de pessoas que pensam em si mesmas como
vampiros.
Este grupo provém da cena Goth (Gótica),
espécie de meio descendente do punk surgido na década de 90.
Os Goths — cujo número provavelmente não ultrapassa alguns
milhares — amontoam-se fora de um punhado de clubes, cuja
maioria localiza-se em Nova York e São Francisco. Predominantemente
brancos, de classe média, acima dos 20 anos, eximem um gosto
por preto, vestuário em estilo vitoriano, maquilagem de palidez
mortal e inglês antiquado; por exemplo, abordando mulheres
por “M’ lady”. Vampiros auto-proclamados pontilham esta cena.
Eles aparecem em dupla ou trio altas horas da manhã em certos
clubes, congregando-se nas salas dos fundos. Seus rituais
são ocultos e secretos. Usando navalhas, abrindo seringas,
ou — como afirmam — às vezes seus próprios dentes, bebem o
sangue uns dos outros, geralmente perfurando uma veia no braço
ou pescoço.
Em anos recentes vampiras dominatrix[1]
tornaram-se populares em Nova York e São Francisco porque
os machos submissos,[2] que se reúnem às cenas de tortura
comercial,[3] buscavam uma variedade mais ampla de experiências
envolvendo doação de sangue; a despeito do apelo perigoso
de algumas. As masmorras comercias alegam que há uma demanda
crescente por rituais de sangue, mas insistem enfaticamente
que recusam adotar a prática por medo de serem fechados. Contudo,
como uma dominatrix confirma, às vezes são feitos arranjos
privados para sessões pagas. |